RSAC: Régua Multissetorial de Sensibilidade ao Risco Climático da FEBRABAN – Estudo de Caso

Estudo de caso: como operacionalizar o modelo da Régua Multissetorial de Sensibilidade ao Risco Climático da FEBRABAN?

Nossos clientes (instituições financeiras) questionaram sobre uma sugestão de metodologia para avaliação do risco climático, social e ambiental (RSAC). Nossa especialidade está mais em TI, na captura e tratamento de dados a partir de necessidades já definidas de quais informações extrair a partir desses dados. Uma sugestão é a partir do modelo publicado pela FEBRABAN, disponível em Régua multissetorial de sensibilidade ao risco climático, inspirar-se aplicando ondas sucessivas de melhoria contínua num modelo interno, conforme características peculiares de cada instituição financeira.

Para tornar esse entendimento menos abstrato, operacionalizamos um protótipo já funcional, parametrizado para calcular conforme esse modelo, onde destacamos os itens a seguir. Ressaltamos que sendo amplamente parametrizável, modelos internos alternativos e paralelos podem conviver simultaneamente.

1-Obtenção dos dados: utilizamos as potencialidades de nosso módulo de Integração, conforme os artigos Integração ETL e Repositório de Dados e O que sua TI e auditoria podem considerar na integração entre aplicativos.

1a-Carteira: importamos uma carteira simulada de operações a partir do CADOC 3040 por ser um arquivo gerado por todas as instituições financeiras e enviado ao regulador, portanto, disponível em qualquer cliente. Também por já possuir o IPOC e saldo da exposição na data base dentro desse CADOC, caso as avaliações sejam por operação. E finalmente, por terem prazo das operações, necessários dentro do motor de cálculo dessa metodologia. Não encerra o escopo, uma vez que não possui aplicações em títulos por exemplo, mas permite já simular um fluxo completo de informações desse ‘encanamento’ funcional.

1b-Relação CNPJ x Setor CNAE: Geralmente uma informação cadastral, simulamos uma estrutura que vincule o código do setor CNAE para cada pessoa jurídica em nosso Repositório de Dados Único.

1c-Tabela de Taxonomia Verde da FEBRABAN: planilha disponibilizada no link https://portal.febraban.org.br/paginas/1103/pt-br/#, relacionando cada setor CNAE com uma avaliação de risco climático.

2-Parametrização do Modelo: conforme descrito nos artigos  Régua de sensibilidade ao risco climático febraban , Régua de sensibilidade – camada 1 por setor e Régua de sensibilidade – camada 2 por cliente e Régua de sensibilidade – camada 3 por operação / TVM

2a-Conversão de variáveis contínuas em uma escala de variáveis discretas: A base de dados original possui informações com escalas contínuas, tais como valores e prazos. A primeira etapa foi parametrizar cada faixa dessas variáveis contínuas em uma escala de variáveis discretas. Por exemplo, todos prazos até 12 meses sendo considerados de ‘baixo risco’ e todos os prazos acima de 36 meses considerados de ‘alto risco’. A definição dessas faixas e quantidade de itens da escala de nível de risco são parametrizáveis, permitindo amplo ajuste.

2b-Agregação ou consolidação: para cada produto cartesiano entre duas escalas de variáveis discretas combinadas entre si, pode-se atribuir o nível da escala dessa matriz resultante. Dependendo da escala do eixo x e do eixo y, pode-se atribuir uma severidade maior em direção a um dos eixos, numa alternativa em relação à clássica diagonal com nível médio de risco, canto superior à direita com nível alto e canto inferior à esquerda com nível baixo. Amplamente parametrizável, também é possível variar tanto a quantidade de variáveis da escala no eixo x como no eixo y, criando matrizes com lados não obrigatoriamente simétricos, se necessário.

3-Monitoramento

3a-Cálculo: a partir dos dados importados, converter as variáveis contínuas em variáveis discretas, que por sua vez serão consolidados sucessivamente conforme a parametrização, gerando o mapa de calor de mais alto nível.

3b-Rastreabilidade: como a avaliação de maior nível em um mapa de calor é resultado da composição de diversos fatores primários com escalas julgamentais de consolidação, identificamos a necessidade de uma forma prática dessa visualização. Daí elaboramos uma funcionalidade que apresenta a árvore de decisão, isto é, os critérios adotados para o cálculo desde a classificação dos fatores primários até a consolidação de maior nível. Dessa forma, é possível identificar pontos críticos onde é mais eficaz aplicar medidas de mitigação de risco com efeito cascata de maior impacto no nível mais consolidado de risco.

4-Evolução

Sendo a avaliação do risco social ambiental e climático uma novidade na gestão, a régua de sensibilidade da FEBRABAN foi um exercício prático em como implementar um motor de cálculo baseado em dados disponíveis da própria carteira de crédito. E para esses cálculos convergirem para a mensuração qualitativa do CADOC 2030, convém a estrutura comportar  ampla parametrização a fim de suportar novas ondas sucessivas de melhoria contínua.

Essa e outras publicações com o tema Risco Social, Ambiental e Climático em https://www.b3bee.com.br/site/category/esg_rsac/ e https://www.b3bee.com.br/site/category/cadoc/esg2030/.

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Yoshio Hada: sócio administrador da B3Bee Consultoria e Sistemas, licenciando sistemas às instituições financeiras nos temas de Modelagem RSAC, dados abertos (Demonstrações Financeiras, Pilar 3, GRSAC e Canais de Atendimento), CADOC’s (DLI 2062, COS 40XX, Saldos Diários 4111, 5011, ETF 80XX, DF 9011/9061, SVR 9800, DRSAC 2030, RCP 4076, Pagamentos do Varejo e Canais de Atendimento 6209), FGC405, conversão de layouts (ETL), controle de limites, calendário de obrigações acessórias ou rotinas administrativas, validação e envio de CADOC’s.

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